12 de out. de 2012

História Sem nome-san Capítulo 3


Capítulo 3

Irmã de coração

      Foi um alivio chegar em casa e me esparramar no sofá, minha irmã logo apareceu a porta da cozinha com um pote de brigadeiro. Jessica Leto era o nome da minha irmã mais velha, tinha 18 anos, era bem legal e animada, adorávamos passar a madrugada assistindo animes juntas, ela tinha uma banda cover do Evanescence em que era a guitarrista e vocalista, e gostava muito da Amy Lee, ás vezes brigávamos, mas geralmente nos dávamos bem, ela era alta, e loira, seus cabelos eram bem ondulados e tinha olhos escuros, meio cinzas, ao contrário de mim, que tinha os cabelos castanhos claro e bem lisos, e era bem baixinha, apesar de meus olhos terem o mesmo tom acinzentado que os dela. Mas nossas diferenças eram justificáveis pelo fato de eu ser adotada, nunca conheci meus verdadeiros pais, mas isso não importava, eu amava a minha família como se fossem do meu sangue.
      Morava no Japão, sozinha com a minha irmã, nossos pais moravam em Portugal, eles haviam nascido lá, assim como minha irmã, mas eu era brasileira, só sabia disso.
      Era como se ela tivesse um sexto sentido e sempre soubesse quando estava mal, e soubesse exatamente o que fazer, sentou-se na beirada do sofá e me entregou uma colher.
       – Só porque está com cara de morte, hoje te deixo escolher o anime que vamos assistir! Que se passa? – perguntou ela, se sentando no espaço que havia dado ao levantar para escolher o anime.
       – Tem uma oráculo na minha escola que teve uma visão sobre mim... – e contei a minha irmã o que sabia sobre tudo.
     – Que coisa horrível! – disse minha irmã parecendo preocupada – tu não sai mais a noite sem companhia viu!?
      – Ok, na verdade não pretendi sair mesmo! – afirmei aliviada pela minha irmã estar lá, me sentia tão protegida perto dela que chegava a ser engraçado. Tinha amigas incríveis e fortes, mas me sentia mais protegida perto da minha irmã que não tinha nenhum tipo de poder, ou grandes habilidades em luta. – Pronto! Aqui está, comprei está semana parece que é bom! – disse-me referindo ao anime.
      – Qual é? – perguntou minha irmã curiosa.
      – Soul Eater, tem 50 episódios, acho que em duas semana conseguimos terminar!
      Ficamos então assistindo e comendo brigadeiro, chocolate era o melhor remédio para tudo, era realmente bom o anime, e muito engraçado, quando deu dez horas da noite minha irmã anunciou que tinha de dormir, pois tinha ensaio da banda cedo no dia seguinte. Fiquei um pouco triste, mas também fui me deitar, mesmo sabendo que não conseguiria dormir.
      Como previra estava olhando para o teto, minha janela estava aberta, mas pensava em fecha-la logo, logo, alguém podia entrar por ela, virei-me para não encarar a janela, me dava calafrios só de pensar em alguém adentrando meu quarto, quando ouvi um barulho me virei. Quase gritei ao ver alguém sentada na beirada da minha cama, algumas poucas lágrimas percorreram meu rosto, antes de eu reconhecer e abraçar um das minhas melhores amigas!
      – Mel-senpai! Quer me matar do coração?! Está louca?! Eu-eu... – não tinha mais palavras a dizer, estava feliz por não estar mais sozinha, e por ser a Mel estando em minha companhia, mas ela havia me assustado muito!
       – Eu sabia! – disse Mel rindo – Você quase chorou! – apesar da brincadeira ela parecia gentil – Mas depois de hoje é aceitável, acho que estaria assim também. Mas bem, eu sabia que não ia conseguir dormir hoje, e o negócio do meu pai anda a me perturbar, minha mãe ainda nega que meu pai tenha sido um anjo, diz que eu estou louca! Mas espere até eu lhe mostrar minhas asas! Quero ver o que ela vai ter a falar! Andei praticando, voar é tão bom! – disse ela contente – Mas bem, voltando ao assunto, como sabia que ambas não iriam dormir, resolvi vir te fazer companhia!
      – É incrível como me conheces! – afirmei, e era verdade, Mel parecia me conhecer quase melhor que eu mesma! –Mas, como chegou até aqui? Sua casa é longe!
      Mel ergueu as sobrancelhas, suas costas se remexeram e ela deu um leve sorriso.
      – Atá! – disse dando um leve tapa na testa – Como não fui pensar nisso?! Você voa! – disse sorrindo.
      Passamos então o resto da noite conversando, coloquei um colchão no chão, para que a Mel pelo menos pudesse ficar deitada. E antes de amanhecer, Mel partiu para poder se arrumar para a escola.


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